Fábio anunciou, na noite dessa quarta-feira, que deixará o Cruzeiro. A saída conturbada - com discordâncias públicas entre o atleta e a nova gestão celeste - de um goleiro ídolo não é novidade na centenária história do clube. Antes, nomes como Dida e Raul Plassmann tiveram experiências assim.



Dida foi contratado pelo Cruzeiro em 1994 após se destacar no ano anterior pelo Vitória, clube que o revelou. Até 1998, fez 306 jogos e ganhou a Copa Libertadores de 1997, a Copa do Brasil de 1996, a Copa Ouro e a Copa Master da Supercopa de 1995 e quatro Campeonatos Mineiros (1994, 1996, 1997 e 1998).

A trajetória impressionante do arqueiro, porém, se encerrou de forma problemática. Em 1999, Dida e o então presidente Zezé Perrella divergiram sobre um contrato. O goleiro, então, resolveu acionar a Justiça para deixar a Toca da Raposa, em discussão que se prolongou por muito tempo. Depois, o atleta defendeu Lugano-SUI, Milan, Corinthians, Portuguesa, Grêmio e Internacional, clube pelo qual encerrou a carreira em 2015.

Em 10 de novembro de 2013, Dida reencontrou a torcida do Cruzeiro no Mineirão. O goleiro, que à época estava no Grêmio, foi aplaudido de pé durante o aquecimento e teve o nome gritado pelos cruzeirenses.

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Foram 557 jogos e muitos títulos pelo Cruzeiro. De 1966 a 1978 na Toca, Raul Plassmann - o 'goleiro da camisa amarela' - foi campeão da Taça Brasil de 1966, da Copa Libertadores de 1976 e decacampeão mineiro (1965, 1966, 1967, 1968, 1969, 1972, 1973, 1974, 1975 e 1977). A saída para o Flamengo não causou problemas.

As turbulências apareceram décadas depois. Em 2011, Raul foi contratado e trabalhou na gestão do Cruzeiro até o início de 2021. Em janeiro do ano ado, foi demitido do cargo de embaixador de marketing sob a justificativa de que o salário que recebia era alto para a função que exercia. Aí começaram os problemas na relação entre ídolo e clube.

Raul acionou a Justiça para cobrar débitos do Cruzeiro. Após meses de discussão, as partes se acertaram e homologaram um acordo. O clube concordou pagar R$ 297 mil ao ex-goleiro (R$ 198 mil de débitos e R$ 99 mil de fundo de garantia).

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Agora, foi a vez de Fábio deixar o Cruzeiro de forma conturbada. O goleiro não aceitou a proposta feita pela nova gestão do clube - comandado pelo ex-atacante Ronaldo Fenômeno -, que era de jogar três meses ao longo do Campeonato Mineiro e se despedir do clube.

Nas redes sociais, Fábio publicou uma carta em desabafo e criticou veementemente a atitude da istração, já que ele desejava cumprir contrato com o clube pelo menos até o fim do ano. Nesta quinta-feira, o Cruzeiro rebateu, em nota, e afirmou que "muitas decisões não são populares, mas precisam ser adotadas".

Fábio deixa o Cruzeiro após 976 jogos - o maior número entre todos os atletas que aram pelo clube. Em 17 anos na Toca, conquistou 12 títulos conquistados: dois Brasileiros (2013 e 2014), três Copas do Brasil (2000, 2017 e 2018) e sete Campeonatos Mineiros (2006, 2008, 2009, 2011, 2014, 2018 e 2019).