Muito alm do motivo de piada que virou na internet, o escndalo envolvendo a cpia de documentos do comit organizador dos Jogos de Londres’2012 (Locog) por integrantes de comitiva brasileira pode custar caro ao Brasil na preparao rumo Olimpada do Rio de Janeiro. Membros da organizao local – entre eles Carlos Arthur Nuzman, que tambm preside o Comit Olmpico Brasileiro (COB) – e o ministro do Esporte, Aldo Rebelo, se esquivam quando questionados sobre quem fez, como e por que ocorreu a apropriao indevida dos dados. Mas poucos dias depois de o comit do Rio’2016 ter itido em nota que 10 funcionrios que prestavam servios ao Locog, dentro de um programa de intercmbio entre os pases, copiaram documentos sem autorizao (razo que levou demisso do grupo somente 40 dias depois do ocorrido), integrantes do comit ingls revelaram que a ordem agora rear o mnimo de informaes aos brasileiros.
A desconfiana motivada pelo temor do Comit Olmpico Internacional (COI) de que o episdio leve venda de detalhes sigilosos sobre a Olimpada – orada em 8,4 bilhes de libras (cerca de R$ 27 bilhes) – a terceiros. Associado a roubo pela imprensa internacional, o escndalo agravado pelas recentes denncias de corrupo envolvendo duas figuras do cenrio esportivo brasileiro: o ex-presidente de honra da Fifa, Joo Havelange, e o ex-mandatrio da Confederao Brasileira de Futebol (CBF), Ricardo Teixeira. Ambos so acusados de terem recebido mais de R$ 40 milhes em subornos da empresa de marketing ISL, principal parceira comercial da Fifa na dcada de 1990 que faliu.
Segundo funcionrios do Locog, a orientao de que informaes delicadas ou questionamentos pouco claros sejam barrados para o Rio’2016. A descoberta de que o vazamento havia sido feito pelos brasileiros assustou os ingleses, que haviam sofrido com a restrio de dados em Pequim’2008 e estavam dispostos a demonstrar o mximo de cooperao. As cpias foram rapidamente detectadas por um milionrio sistema de monitoramento ciberntico que evitava principalmente o ataque de hackers externos. Para isso, o Locog contratou cerca de 450 tcnicos especializados.
CONGRESSO Ontem, havia a expectativa de que Rebelo comentasse o assunto durante um congresso de engenharia, em So Paulo. O ministro foi convidado a abrir o encontro para falar sobre a importncia da engenharia na realizao de grandes eventos como a Copa’2014 e a Olimpada’2016. Rebelo, contudo, optou pelo silncio.
Na sexta-feira o COI j havia informado que no iria interferir no caso. A questo, declarou o porta-voz Mark Adams, est resolvida para a entidade. “Esse um assunto puramente entre Londres’2012 e o Rio’2016. Lidou-se com a questo de forma profissional e rpida. As partes esto satisfeitas e a h pouco mais a dizer e nenhuma ao a ser esperada do COI”, destacou.
Ao EM, o COB disse que no comentaria o caso. J o comit Rio’2016 alega que os arquivos foram recuperados e o Locog deu o episdio como encerrado. O prximo encontro entre os comits est marcado para novembro, na capital carioca.
O ELO DE TEIXEIRA Dirk Hollstein, da empresa saudita ISE, j era um velho conhecido de Ricardo Teixeira quando fechou o contrato de direitos sobre a Seleo Brasileira at 2022. O executivo foi funcionrio da ISL, agncia de marketing sua que ganhou notoriedade mundial ao ser condenada por pagar subornos ao cartola. Quatro meses antes de deixar a CBF, em maro, Teixeira negociou o acordo com a ISE recebendo 15% a menos que o valor do contrato de 2006 com a sua Kentaro, o que causou estranheza. Agora, fontes prximas revelam que Hollstein sabia que o cartola estava de sada da CBF e, mesmo assim, fechou o acordo. Pessoas ligadas ISE tambm confirmam que Hollstein e Teixeira mantinham relao prxima. A ISE acusada de ter pago US$ 14 milhes ao cartola do Catar Mohamed Bin Hammam, ex-candidato Presidncia da Fifa.
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