Amrica
None

AMRICA 305v46

Reserva de Joo Ricardo, Fernando Leal quer seguir no Amrica e faz planos para reta final de carreira 5t4i6r

Contratado para ser titular, goleiro sofreu leso na coxa direita em 2014 e abriu espao ao colega, hoje um dos grandes dolos do clube. Mesmo assim, o desejo do veterano de 37 anos de seguir no Coelho: 'Estabilidade pesa muito' 73m2a

postado em 19/12/2018 07:00 / atualizado em 19/12/2018 15:35

Mour
“Eu ficaria no Amrica independentemente de qualquer situao”. As palavras so do goleiro Fernando Leal, de 37 anos, que est no Lanna Drumond desde julho de 2014, quando foi contratado ao Fortaleza para ser titular no lugar do prata da casa Matheus, vendido ao Sporting Braga, de Portugal, por mais de R$ 7 milhes. poca, ele mostrou alto nvel em suas defesas e colaborou para que o Coelho terminasse o turno da Srie B em terceiro lugar, com 33 pontos. Uma leso muscular na coxa direita, porm, abriu espao para a concorrncia. E Joo Ricardo, que inicialmente seria reserva, entrou no time para no sair mais. Desde ento, o camisa 1 disputou 214 jogos e ganhou notoriedade no mercado da bola. Clubes como Vasco, Botafogo, Gois e Chapecoense sondaram sua situao junto ao empresrio Fbio Beitler. O Amrica, ciente das investidas, props quatro anos de contrato e aumento salarial. A resposta ainda no aconteceu.

Enquanto isso, Fernando Leal, que contabiliza 26 partidas a servio do Amrica, segue espera de um contato da diretoria, mas sem criar muitas expectativas por uma permanncia em 2019. Ele sabe que o clube, em uma eventual transferncia de Joo Ricardo, aventa a possibilidade de contratar outro goleiro, alm de mant-lo como possvel alternativa. No elenco ainda h os pratas da casa Jori, de 22 anos, e Glauco, de 23. “Sabemos que o futebol dinmico e eles podem estar procura de outro goleiro que seja melhor para eles e para o clube. Mas existe sim uma esperana de ter o contrato renovado novamente”.

Natural de Uberaba, no Tringulo Mineiro, Fernando Leal comeou a carreira no Cruzeiro, em 2000, e ou por vrios clubes, entre eles Ipatinga, Bahia, Vitria, Barueri, Mirassol e Oeste. Por este ltimo, ganhou notoriedade nacional ao fazer o nico gol da carreira em cabeceio aos 48min do segundo tempo do jogo contra o Ava, pela primeira rodada da Srie B de 2013 (empate por 1 a 1). Com a trajetria longa no futebol, ele recebeu trs propostas de fora de Minas Gerais: de um clube do Rio Grande do Sul, do Ituano-SP e do Santa Cruz. Mas justamente por estar estabelecido em Belo Horizonte, ao lado da esposa, Nathlia, e dos filhos Matheus, de 14 anos, e Ana Clara, de 11, que o experiente jogador refora o projeto de seguir no Amrica. Em entrevista ao Superesportes, ele conta os planos em curto e longo prazo, deixa claro o sentimento de carinho pelo clube e recorda os momentos vividos nesses quatro anos e meio.

Como est a expectativa em relao renovao de contrato com o Amrica?

“Tenho a esperana de um contato. Tive um pequeno contato com o Luiz (Kriwat, gerente de futebol). Estava numa indefinio, e a gente fica aguardando. Mas, at o momento, no tive um retorno. A minha vontade realmente todos sabem. J so cinco temporadas, sendo quatro anos e meio. Fui muito bem recebido no clube desde o incio, sou mineiro, tive adaptao boa a BH, inclusive com meus filhos bem na escola. Foi muito importante esse perodo que estive no Amrica. A gente fica, sim, na expectativa de ter um contato, mas sabemos que o futebol dinmico e eles podem estar procura de outro goleiro que seja melhor para eles e para o clube. Mas existe sim uma esperana de ter o contrato renovado novamente”.

O Givanildo Oliveira sempre contou com voc quando necessrio. Ele pode ter influncia em uma procura do Amrica?

“O Givanildo dispensa comentrios. Trabalhei por dois anos com ele, joguei pouco, mas foi um treinador que me apoiou nas duas renovaes que tive com ele. Ele tinha demonstrado uma confiana muito grande no meu potencial. Espero que ele continue acreditando e queira continuar comigo no elenco. Com certeza seria muito bom estar mais um ano no Amrica, ainda mais com o Givanildo, que um tcnico que nos a total confiana em todos os momentos e sempre deixa o jogador vontade para fazer o seu melhor. Isso muito importante. A gente, quando tem uma pessoa igual a ele, fica sempre na esperana. Mas claro que no posso atrelar minha permanncia apenas com o ‘sim’ ou o ‘no’ dele, pois hoje no sei o que a pela cabea da diretoria do Amrica para saber se eles aprovam ou no minha renovao. Mas o Givanildo, se dependesse s dele, com certeza daria um sim para a minha renovao”.

Joo Ricardo e voc so concorrentes por posio dentro de campo e amigos fora das quatro linhas. Ultimamente, o goleiro titular do Amrica tem sido especulado em vrios clubes da Srie A do Campeonato Brasileiro, casos de Vasco, Botafogo e Chapecoense. Tem conversado com ele sobre o assunto?

“Ns conversamos muito. Ele um cara que gosta muito do clube, muito grato ao clube. A nica coisa que ele me diz que no definiu. Mas as demais coisas a gente no fica comentando, at porque uma questo particular dele. Mas um cara que gosta muito do clube. Em cinco anos convivendo com ele, vi que gostava muito. Assim como eu tambm gosto muito do clube. Hoje sou um torcedor do Amrica em todas as questes, por tudo que o clube me proporcionou. O Joo pensa da mesma maneira. O que posso falar no momento isso”.

Beto Novaes/EM D.A Press

O que pesa mais para sua carreira neste momento: renovar o contrato com o Amrica e possivelmente ser reserva ou seguir para algum clube com chance maior de alcanar a titularidade?

“Eu ficaria no Amrica, independentemente de qualquer situao. Lgico que o atleta quer jogar, e eu no sou diferente. Sempre que tive a oportunidade de jogar no Amrica, graas a Deus eu pude corresponder. O Amrica tambm reconheceu isso em vrios momentos, ento pode ser que pese ao meu favor. Lembrando que, o Joo ficando ou no, eu ficando ou no, tem o Glauco e o Jori, que so timos goleiros. Seria uma disputa muito grande. Nesse perodo que estou aguardando o Amrica, j tive quatro propostas concretas, mas, que no momento, no foram interessantes ao meu modo de ver. Estou estabilizado em Belo Horizonte e espero uma resposta do Amrica. Claro que se o Amrica optar por no renovar comigo, no ficarei com mgoa alguma, at porque as propostas que tive no encheram os olhos. Sigo aguardando e, independentemente do que acontecer, vou torcer sempre pelo melhor do Amrica”.

A estabilidade em Belo Horizonte tem grande influncia em seu desejo?

“Minha estabilidade em Belo Horizonte pesa muito. Meus filhos esto grandes na escola. Minha esposa, n… a gente olha muito para o lado profissional, mas muitas vezes as pessoas se esquecem do lado famlia. Minha esposa tem os pais prximos de Belo Horizonte (so de Santa Brbara, a 105 quilmetros de Belo Horizonte). Sempre que pode, eles esto perto e do uma fora muito grande a ela. Independentemente disso, o Amrica sempre ser a primeira opo. Se no for da vontade do Amrica, entenderei, mas faz parte do futebol”.

Hoje, os goleiros jogam em alto nvel mesmo em idade avanada. O maior exemplo talvez seja o Fbio, do Cruzeiro, que tem 38 anos e vive o melhor momento da carreira. Voc, aos 37, pretende seguir at quando no futebol?

“A gente v, hoje em dia, uma longevidade na profisso, ainda mais na posio de goleiro. Eu me vejo bem treinado. Isso vai muito do que voc tem de estrutura e do clube no qual voc est no dia a dia, do treinador de goleiros, das condies oferecidas, e o Amrica nos oferece a melhor condio possvel. Eu, sinceramente, se Deus abenoar e tudo der certo, minha ideia , se tiver em alto nvel, chegar at os 40 ou 41 jogando. Caso contrrio, vou rever junto com a famlia a possibilidade de abreviar. No minha vontade, mas preciso ver o que vai acontecer. A princpio, isso”.

Financeiramente e profissionalmente, voc j se sente realizado?

“Graas a Deus tive uma carreira vitoriosa dentro da bola, por tudo que ei, por tudo que vivi, pela famlia que Deus me deu… tenho dois filhos, o Matheus e a Ana Clara. Claro que quanto mais estender o contrato e quanto melhor for o salrio, lgico que voc se aposenta melhor. Porm, o que eu precisava para a minha carreira, eu consegui. No sei o dia de amanh, mas hoje estou controlado, graas a Deus. Lgico que a gente sempre quer mais, pois temos filhos e sabemos o quo difcil , temos gastos. Ento a gente sempre espera ter um pouco melhor guardado para, no futuro, no deixar faltar nada. Estou tranquilo, a cabea est boa. No fcil quando voc v que est perto de parar, mas me considero muito bem fisicamente e tecnicamente, at por ter pegado uma boa condio no Amrica”.

Quais so seus projetos quando parar de jogar? Seguir no futebol (treinador, auxiliar, preparador de goleiro, dirigente) ou investir em outra carreira?

“Conversando com minha esposa, acho melhor deixar para quando poder parar, j com a cabea boa. Estamos comeando a caminhar algo, que, a princpio, fica entre minha famlia. Estou olhando algumas coisas sobre transporte, algo na construo civil, enfim. Aguardando o que Deus tem preparado para ns. Mas algo tem que fazer, n?! Quanto a continuar na bola, existe sim uma possibilidade grande, pois algo que sei fazer e gosto. Agora vai muito do que acontecer e do que for oferecido. Tenho um planejamento para quando parar fazer um estudo sobre gesto e talvez fazer algum curso na CBF, de modo que eu veja se continuarei na bola ou no. muito tempo longe de casa, fiquei muito tempo longe dos filhos, muitas concentraes, muitas decises que, particularmente falando, minha esposa foi me e pai em vrios momentos. Preciso ficar perto dos filhos um pouco mais para dar a eles mais ateno, mais carinho, porque eles merecem”.

Mour

Na campanha do ttulo da Srie B de 2017, voc teve papel muito importante ao substituir o Joo Ricardo, que estava machucado. Foram cinco jogos, com trs vitrias e dois empates. Conte um pouco mais sobre essa experincia...

“Foi a reta final. O jogo foi contra o Londrina, no qual o Joo saiu machucado. Eu fui bem naquela reta final, graas a Deus. Ns vencemos quase todos os jogos. O nico resultado ruim foi contra o Boa Esporte, em que estvamos ganhando por 2 a 0 e levamos o empate no finalzinho. Mas depois vencemos o Guarani, o ABC e o CRB. Foram bons jogos e eu pude contribuir naquele momento em que brigvamos com o Internacional. Fico muito feliz de ter ajudado diretamente. S h coisas boas para me lembrar do Amrica. A nica coisa ruim foi o rebaixamento deste ano, que me deixou muito triste, como todos do grupo. Agora torcer para que o Amrica continue crescendo sempre”.

O Amrica comeou bem o Campeonato Brasileiro de 2018 e chegou a sonhar com vaga na Copa Sul-Americana. No fim, acabou rebaixado Srie B, em 18, com 40 pontos. Na sua viso, o que aconteceu para a queda to brusca de desempenho?

“Ns contvamos muito com essa permanncia. Ningum, em momento algum, imaginou que isso aconteceria, por tudo que estvamos fazendo, pela boa campanha da equipe. Na reta final, nosso principal objetivo no foi alcanado. Todos ns que estvamos no Amrica desde o incio sabemos das dificuldades de conseguir um o, ainda mais sendo campeo da maneira que foi. Aqueles 11 jogos que ficamos sem vencer complicaram muito a nossa permanncia. Ainda assim, ficamos beira de sair da zona de rebaixamento. Mas tudo que acontece na nossa vida serve de aprendizado. O que podemos fazer levar em considerao tudo que foi feito e pegar de experincia para que no acontea novamente. Tenho certeza de que, em breve, o Amrica voltar Primeira Diviso”.

Mas houve alguma razo especfica para o rebaixamento?

“Eu acho que a no continuidade de alguns jogos da mesma equipe, vrias mudanas tcnicas e tticas durante os jogos, a leso de jogadores importantes naquela fase… tudo contribuiu para que isso no acontecesse e no houvesse ao menos uma vitria nessa srie de 11 partidas (sem vencer, a maioria sob o comando de Adilson Batista). Isso ficou claro que em alguns jogos, quando voc tem uma sequncia de uma equipe que muda pouco, faz a diferena. Claro que voc entende que o treinador tem o pensamento do que melhor para a equipe e faz de sua vontade, mas talvez o que necessita no momento. Mas foi, j ou, que sirva de aprendizado para quem ficar no clube e para aqueles que fizeram parte naquele momento. Ns jogadores somos apenas funcionrios e em muitas vezes no podemos intervir nas coisas que saem da nossa condio de atleta”.

O Amrica vem no efeito pingue-pongue entre as Sries A e B: subiu em 2015, caiu em 2016, subiu em 2017 e caiu em 2018. Em 2019, o clube ter condies de novamente retornar elite nacional?

“Com bastante tempo que estou na bola e tambm no Amrica, digo que o clube sempre vai brigar, ainda mais se tratando de uma Srie B. Tenho certeza que o Amrica tem uma diretoria competente para montar uma equipe competitiva, de boa qualidade tcnica. Tenho certeza que o Amrica um dos favoritos para voltar Primeira Diviso em 2020, mais forte experiente”.

Daniel Hott / Am

Tags: Fernando Leal amrica entrevista goleiro interiormg futnacional mercadobola