
Bienvenidos! O sotaque espanhol se faz cada vez mais presente no futebol brasileiro. Financeiramente mais fortes do que os de outros pases da Amrica do Sul, os clubes nacionais apostam com mais vigor em reforos garimpados no continente. Neste comeo de ano, as 12 principais equipes do Pas contam com 47 "gringos" em seus elencos. O principal alvo so os colombianos, que tm 11 atletas no mercado nacional, seguidos pelos argentinos, com dez. A lista ainda tem uruguaios (9), paraguaios (6) equatorianos (4) venezuelanos (2), chilenos (2), peruanos (2) - alm de um costa-riquenho.
Essa "invaso" vem aumentado ano aps ano. Em 2002, apenas cinco estrangeiros disputaram o Brasileiro. No comeo da temporada 2012, esse nmero j havia pulado para 28, considerando-se s os 12 grandes. A abertura de mercado levou a CBF a mudar o regulamento de competies em 2014 e subir o nmero de "gringos" relacionados por jogo de trs para cinco.
Neste comeo de ano, o Internacional desponta como a equipe com mais jogadores de fora do Brasil, totalizando sete atletas. O Santos est logo atrs, com seis. No Paulisto, se todos os estrangeiros de Corinthians, Palmeiras, So Paulo e Santos forem inscritos na lista de 26 nomes de cada equipe, 17 estaro aptos a disputar o torneio.
"A gente consegue ser muito maior que os outros mercados da Amrica do Sul. Em termos de futebol, nosso concorrente seria a Argentina, mas somos muito maiores que eles hoje em termos financeiros. Temos domnio deste mercado", explica o professor Fernando Fleury, PhD em gesto e scio diretor da Armatore Market + Science, empresa especializada em monitoramento de mercado e anlise comportamental do consumidor.
Se a questo financeira vantajosa em relao aos nossos vizinhos, a concorrncia injusta com os grandes mercados internacionais, como China e Europa. "Os times brasileiros precisam fazer caixa e o mercado internacional paga valores que para ns so muito altos. Ento, temos vendido jogadores jovens e que poderiam ser talentosos para o mercado interno", diz Fleury. Para ele, isso explica um pouco da saturao de talentos no Brasil e a aposta em mercados "mais baratos".
No entanto, as equipes precisam dar tempo para adaptao desses reforos, como j explicou o tcnico Renato Gacho, do Grmio. "O jogador que vem de fora e ainda no trabalhou no Brasil precisa de um tempo de adaptao maior para entender a forma de jogar do time, as caractersticas dos companheiros, a forma que o treinador gosta de trabalhar e o idioma. Isso dificulta um pouco mais."
Foi isso o que disse o argentino Walter Montoya em sua chegada equipe gacha: " grande o futebol disputado aqui no Brasil, no fcil, muito dinmico, mas vou trabalhar para me adaptar rapidamente equipe, ao futebol e a tudo aquilo que a comisso tcnica me pedir".
INFRAESTRUTURA E PRESTIGIO - Novas arenas e centros de treinamento de primeira linha tambm aparecem como diferenciais para os clubes brasileiros na hora das negociaes. "Espetacular. Tem de tudo, me surpreende cada vez que vou conhecendo mais as coisas e descobrindo a infraestrutura que tem o clube", comentou o atacante argentino Mauro Boselli aps conhecer o CT Joaquim Grava, do Corinthians.
Outro fator que pesa a favor do Brasil o prestgio internacional das equipes, como demonstrou o venezuelano Yeferson Soteldo ao ser apresentado pelo Santos. "O Santos um dos maiores clubes do mundo. Foi onde Pel, o maior jogador da histria do futebol, jogou. Tambm teve o Neymar, que muito bom. um sonho jogar neste clube."