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Morre ex-atacante Marinho, dolo de Atltico, Bangu e Botafogo 414jj

Ex-ponta-direita teve agens por Atltico, Bangu e Botafogo 1m2k62

postado em 15/06/2020 16:03 / atualizado em 20/06/2020 00:29

(Foto: Gladyston Rodrigues/EM/DA Press)
O ms de junho vai se transformando num perodo muito triste para o futebol mineiro, em especial o torcedor doAtltico. Uma semana depois da morte de Ronaldo Drummond, faleceu, nesta segunda-feira, Mrio Jos dos Reis Emiliano, o “Marinho”, de 62 anos.

Abaixo, entrevista especial de Marinho ao Estado de Minas em 2019:




O sepultamento ser nesta tera-feira, s 12h30, no Cemitrio da Paz, em Belo Horizonte.

O ex-ponta-direita Marinho experimentou a fama como dolo de trs clubes: Atltico, onde iniciou a carreira; Bangu; e Botafogo. Jogou tambm pela Seleo Brasileira, a ponto de disputar a Olimpada de Montreal’1976.

No auge da trajetria profissional, Marinho morou em uma casa com piscina, em Jacarepagu, no Rio de Janeiro e tinha uma Mercedes. Mas uma tragdia, a morte de um filho, Marlo, com apenas um ano e sete meses, na piscina dessa casa, fez o craque ir ao fundo do poo.

Na volta para Belo Horizonte, resgatado pelos filhos do primeiro casamento, Joo e Priscilla, foi viver no Bairro Glria. E, com ajuda deles, tentava dar a volta por cima. Mas ficou doente. Teve problemas de cirrose e um cncer, no pncreas.

Marinho ou os ltimos trs meses internado no CTI do Hospital Alberto Cavalcante, onde tinha sido operado.

O ex-atacante chegou a fazer uma cirurgia para a retirada de um ndulo no pncreas. Mas Marinho no se recuperou, uma vez que seu quadro se agravara em funo de uma cirrose.

Marinho teve duas infeces em decorrncia da cirurgia. Chegou a ter uma arritmia. Houve uma melhora, no entanto, o problema voltou. Marinho estava sendo acompanhado pelos filhos Priscilla, Joo e Steve, que aram praticamente todos os dias no hospital.

Desde cedo atrs de uma bola 1z5n1f

Marinho era, desde pequeno, apaixonado por futebol. Ainda menino, corria atrs de uma bola em campos de terra, em especial no bairro onde morava, o Betnia, em BH. Tinha o apoio da me, dona Efignia, que trabalhava como enfermeira no Hospital Militar. L, ela trabalhava como lavadora de defuntos.

Marinho tinha sete irmos, sendo ele e mais trs naturais. Os outros trs, de criao. O pai deixou a casa da famlia quando Marinho era ainda pequeno.

Aos 11 anos, foi interno no Internato Caio Martins, em Esmeraldas. Dona Efignia queria um filho doutor. Mas ela viria a falecer antes de ver o filho despontar no Atltico.

“Eu fui para o infantil. O treinador era o Z das Camisas. Cheguei na Vila Olmpica e fiquei fascinado. Ver Dario, Tel... Tinha vergonha de chegar perto deles”, disse recentemente o ex-jogador ao Estado de Minas ao lembrar-se daquele tempo.

Veloz, o ponta-direita se destacava. Era tambm habilidoso e dono de cruzamentos considerados perfeitos. Indicado por Z das Camisas, foi alado ao time juvenil, que tinha como tcnico Barbatana.

Com a ascenso de Barbatana para o profissional, ou a ser dirigido por Dawson Laviola. Com eles, o Galo foi bicampeo da Taa Cidade de So Paulo juvenil. O time tinha Srgio Binico, Srgio; Alves, Joo Eudes, Marcos Vinicius e Hilton Brunis; Geraldo, Batata e Cleber; Marinho, Clio e Cac (Marco).

No ano seguinte, Marinho subiu ao profissional. “De repente, eu estava treinando no profissional e jogando no Mineiro. Era um time fantstico, que tinha Cerezo, Danival, Reinaldo, Paulo Isidoro, Marcelo. Tenho muita saudade desse time, desses meus amigos. Esses so os verdadeiros”, disse ao EM Marinho, que conquistou sete ttulos com o Galo: bicampeo da Taa So Paulo (1974/76), bicampeo mineiro (1976 e 1978), bicampeo da Taa Minas Gerais (1975/76) e campeo dos campees (1978).

Seleo 2i5g5

Foi ainda no Atltico que veio a sua primeira convocao para a Seleo Brasileira, a Olmpica, para a disputa dos Jogos de Montreal'1976, no Canad.

“Vestir a camisa da Seleo Brasileira um orgulho muito grande. Tinha duas paixes: o Atltico e a Seleo. Estava realizando meu segundo desejo.”

Vida longe de casa 4p4u59

O ano de 1978 chegou, e a vida de Marinho mudou radicalmente. Seu rendimento havia cado, segundo o treinador da poca, Barbatana. Para ele, o jogador se tornara indisciplinado, bebia, dormia pouco e no se aplicava mais. Acabou encostado. Isso resultou na sua transferncia para o Amrica de So Jos do Rio Preto, trocado por outro ponta-direita, Pedrinho.

Num jogo contra o Bangu, no Rio de Janeiro, em 1982, comearia a terceira fase da vida do ex-ponteiro. “Foi um jogo no Rio, acho que pelo Rio-So Paulo. Ganhamos do Bangu por 2 a 0. Fiz os dois gols. O Castor de Andrade ficou louco comigo e mandou me contratar.”

A primeira agem de Marinho pelo Bangu chegaria ao fim, e a ida para o Botafogo, em 1988, ocorreu em um episdio um tanto quanto estranho. “Olha, o Botafogo queria no s que eu fosse para l, mas tambm o Mauro Galvo e o Paulinho Cricima. Pois no que fomos trocados? Mas no foi por outros jogadores. Disseram-me que foi por pontos do jogo de bicho que o Dr. Castor queria. Acertou com o presidente do Botafogo, Emil Pinheiro, que tambm era bicheiro.” No Botafogo, foi bicampeo carioca (1989/90).

A dor maior 5y1g1f

O Botafogo era uma realidade bem diferente do Bangu. “L em Moa Bonita era a favela, todo mundo famlia, mas no Botafogo a riqueza, a nobreza e, de certa forma, uma solido”, contou. E foi no clube da Zona Sul que conheceu a maior dor de sua vida e teve incio sua derrocada. “Eu estava com a perna quebrada. Uma equipe de televiso foi at minha casa, em Jacarepagu, e l tinha at piscina, para fazer uma entrevista. Eu estava s, em casa, com meu filho mais novo, o Marlon, ento com um ano e sete meses. Eu no vi quando ele se aproximou da piscina e caiu nela, morrendo afogado.”

O mundo de Marinho virou de cabea para baixo. “Meu cho desapareceu. No sabia mais o que ia fazer. Meu filho tinha morrido, ali, pertinho de mim e eu no fiz nada. Foi na minha frente. No tinha vontade de fazer mais nada.”

Depois da tragdia, Marinho se entregou bebida. Morou 10 dias dentro de sua Mercedes. Estacionava em qualquer lugar e dormia ali mesmo. Dizia que vivia como mendigo nessa poca.

Os filhos do primeiro casamento, Joo Marinho e Priscila, resgataram Marinho e o trouxeram de volta a BH, morando com eles no Bairro Glria. Ficaram com ele, no hospital, at o final, juntamente com o meio-irmo, Steve.

Para o ex-goleiro Joo Leite, Marinho inesquecvel. "A alegria dele era contagiante. Nunca vi ningum to alegre. Ele divertia todo mundo, ns que jogvamos com ele. Ele adorava msica e mudava as letras para colocar os nomes do nosso time. Era amigo de todos.”

Heleno tambm lamentou o falecimento do amigo. “Foi descansar. Estava sofrendo, coitado. Mas vou me lembrar dele pela alegria. Estava sempre brincando. ava alegria pra gente. A roda onde estava era s alegria.”

Marcelo Oliveira tambm no se esquee do homem alegre. "Em campo, driblava como ningum e batia tanto com a direita como com a esquerda. Uma vez, viajamos para uma excurso na Arbia Saudita. L no podia nada, nem beber cerveja nem sair rua. Ele estava entediado, como todos ns. Depois, fomos para a Indonsia, e l podia tudo. O Ortiz, goleiro, avisou que tinha cerveja, vinho, tira-gosto no seu quarto. Foi uma festa, principalmente quando o Marinho colocou msicas de carnaval".

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Marinho ganhou a Bola de Prata, como melhor ponta-direita, e a Bola de Ouro da “Revista Placar” em 1985, como melhor jogador do Campeonato Brasileiro.

Ttulos 402g6i

Atltico Mineiro
Campeonato Mineiro de 1976;
Taa Minas Gerais – 1975 e 1976;
Campeo dos Campees - 1978

Botafogo
Campeonato Carioca: 1989, 1990

Bangu
Taa Rio: 1987
Treinador
Juventus-RJ

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