Bruno Oliveira e Natan Rodrigues conseguiram um resultado surpreendente ao chegar final do torneio juvenil de duplas de Roland Garros, quando ento acabaram derrotados pelo italiano Flavio Cobolli e o suo Dominic Stricker. A dupla de brasileiros, ambos com 18 anos, repetiu o feito de Bruno Soares no profissional e se credenciou como novas promessas do tnis nacional, embora mantenham o cuidado de no terem se especificado nas duplas e ressaltarem que sabem a dificuldade de realizar a transio para serem profissionais no esporte.
"Foi a realizao de um sonho! O torneio teve um nvel tcnico muito alto, mas fomos pensando jogo a jogo, mantendo a energia l no alto. Nosso melhor jogo foi a semifinal (contra os tchecos Martin Krumich e Dalibor Svrcina), vencemos em dois sets direto, por 6-2 e 6-4, e conseguimos alcanar um nvel muito bom", descreve o mineiro Bruno sobre a campanha no saibro francs.
Na final, a dupla indica o que poderia ter sido diferente. "Sabamos que seria uma dupla difcil de enfrentar. Tivemos algumas oportunidades na quebra do saque e chegamos a ficar prximos no placar, mas cometemos alguns erros e eles levaram a melhor. O suo (Dominic Stricker) tinha sido campeo no simples e estava muito confiante e relaxado, e ou isso para o italiano", relembra o baiano Natan.
Mas nem s nos jogos disputados a dupla ganhou experincia na Frana. Graas aos "mentores" Bruno Soares e Hugo Daiber, puderam treinar com Novak Djokovic no aquecimento para a grande deciso de simples do profissional. "Foi uma oportunidade de outro mundo, aquecer o n1 antes de uma final de Roland Garros. Eu j tinha treinado com ele em Roma, no Masters 1000, essa foi a segunda vez. Foi super legal, ele um cara incrvel", comenta Bruno.
Os dois ressaltam muito a ajuda de Daiber e Soares, que consideram essenciais para a evoluo na carreira, tanto pelos conselhos e amizade do treinador e do duplista (este ltimo, vice no profissional de duplas em Roland Garros e recentemente campeo do US Open) quanto pelas portas que ajudam a abrir, como esta do treinamento com Djokovic.
Felizes com o segundo lugar em Roland Garros, Natan e Bruno acreditam que ainda tem muito a melhorar. "Tem algumas jogadas especficas que temos que treinar, algumas perto da rede, e tambm o saque. Mas isso vem com o tempo, um processo e sabemos que estamos no caminho certo. Estamos jogando em alto nvel e sabemos que temos muito potencial", acredita Natan.
Tanto Natan quanto Bruno querem seguir juntos como dupla, mas ainda no so especializados na modalidade. Enquanto Bruno treina em Belo Horizonte, Natan mora em So Jos do Rio Preto. Assi, acabam treinando os fundamentos tambm para jogar sozinho. Os dois fazem seis meses do calendrio do circuito juntos e, assim, treinam o entrosamento em quadra nesse perodo.
"Temos uma qumica boa em quadra e estamos tendo bons resultados O futuro ningum sabe, temos campo de melhora, e tem de ser sentido, se vamos continuar jogando juntos", comenta Natan. "Mas estamos preparados para grandes torneios e temos uma grande amizade, e queremos seguir at o final da carreira", afirma Bruno.
Para o futuro, a pandemia tornou tudo incerto. "E difcil prever, porque est mudando muito rpido e alguns pases esto ando por uma segunda onda. Paris, por exemplo, vai voltar a entrar em lockdown na semana que vem. Mas, a ver como ser, nossa ideia era jogar torneios future em 2021 e quem sabe comear a ir para alguns de nvel ATP", projeta Bruno.
Gustavo Kuerten tambm tenta ajudar na carreira dos dois com conselhos. "Ele faz o papel (de conselheiro). Como algum que conhece muito bem o caminho das pedras, tenta ajudar muito na nossa transio, que onde o tnis brasileiro tem pecado muito nos ltimos anos", diz o jovem de 18 anos.
Natan comeou a jogar tnis ainda aos nove anos, treinado por Evaldo Silva, o Evaldinho, em Costa Verde, em Salvador. Com 15 anos, se mudou para So Jos do Rio Preto. J Bruno iniciou no esporte aos sete anos em Belo Horizonte, tendo iniciado a jogar torneios nacionais aos 10 e pouco depois comeado a ir para a seleo sub-14. Jogam juntos h quatro anos.