
Sérvio de 34 anos chegou à capital do país dos Balcãs ao meio-dia
O número um do mundo no tênis, o sérvio Novak Djokovic, chegou em Belgrado nesta segunda-feira (17) após ser expulso da Austrália depois de uma batalha judicial sobre sua situação em relação à vacina contra a covid, que impossibilitou sua participação no Aberto da Austrália.
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"Não vale a pena esperar, ele saiu por outra porta", disse um funcionário encarregado da segurança de vários jornalistas presentes. Outro membro da equipe explicou à AFP que a estrela deixou o local por uma "saída técnca".
Dezenas de torcedores e fãs se reuniram em frente ao aeroporto para receber seu ídolo, agitando bandeiras sérvias.
"Novak é o número um para nós e para todo o mundo. Ganhando ou perdendo, o apoiamos", disse à AFP Djurdja Avramov, cujo filho usava uma camiseta com um coração e a palavra "Nole", apelido de Djokovic na Sérvia.
"Sou uma fã e o que fizeram é vergonhoso", acrescentou Dragica, uma aposentada que não quis fornecer seu sobrenome. "Eu o amo. Tenho 71 anos e problemas nos pés, mas vim mesmo assim", disse.
"Novak ganhou, é a vitória do bem contra o mal", dizia um cartaz erguido por Svetozar Alimpic, um comerciante de 56 anos.
A carreira esportiva de Djokovic pode ser afetada por este caso. As autoridades sas anunciaram nesta segunda-feira que todo atleta que chegar do exterior deverá estar vacinado para entrar no país, o que deixa no ar uma dúvida sobre a eventual presença do sérvio em Roland-Garros.
O torneio australiano começou hoje sem sua estrela principal, que venceu nove vezes. A expulsão de Djokovic se deu após uma disputa legal com as autoridades australianas que polarizou a opinião mundial e prejudicou a imagem de ambas as partes.
"Há quase uma semana, quando ele ganhou o caso em primeira instância, conseguiu recuperar seu visto e estava treinando. Eu disse que a justiça havia falado", comentou hoje Rafael Nadal em Melbourne, depois de ar para a segunda rodada.
"Ontem a justiça disse outra coisa. Nunca serei contra o que a justiça diz", acrescentou.
"Acho que a situação foi um desastre (...) Ele não é o único que provavelmente fez coisas erradas nesse caso. Claro, há mais responsáveis em toda essa situação terrível que estamos enfrentando há duas semanas", completou o espanhol.
Miomir Kecmanovic, o jogador sérvio que deveria enfrentar Djokovic nesta segunda-feira no Aberto da Austrália, declarou seu apoio ao seu compatriota.
"Nossa pequena equipe sérvia aqui em Melbourne está assustada e decepcionada", escreveu Kecmanovic, 77º do mundo, no Instagram, após ganhar do italiano Salvatore Caruso (146º), que herdou o jogo deixado por Djokovic.
"Tinha que ganhar também por ele", acrescentou Kecmanovic, afirmando que os jogadores sérvios disseram entre si que "farão de tudo para vingar" Djokovic e "deixá-lo orgulhoso".
Duas vezes nos últimos 11 dias, o governo australiano revogou o visto de Djokovic e o deteve em um centro de imigrantes, dizendo que sua presença poderia alimentar um sentimento antivacina em meio a uma onda de infecções pela variante ômicron da covid.
O tenista sérvio contestou ambas as decisões na Justiça, onde venceu a primeira, mas perdeu a fase decisiva no domingo.
O tenista sérvio pode ficar três anos sem poder entrar na Austrália, o que dificultaria a conquista do seu 21º Grand Slam. Atualmente ele tem 20 títulos como Roger Federer e Rafael Nadal.
O primeiro-ministro australiano, o conservador Scott Morrison, considerou que o que aconteceu "envia uma mensagem muito clara".
No entanto, sugeriu em uma entrevista que Djokovic poderia retornar nos próximos três anos "nas circunstâncias certas".
"Independentemente de como se chegou a esse ponto, Novak é um dos grandes campeões do nosso esporte e sua ausência no Aberto da Austrália é uma perda para o jogo", disse a ATP, que regula o tênis mundial.
Da mesma forma, o presidente sérvio, Aleksandar Vucic, foi severo em suas críticas às autoridades australianas.
"Eles acreditam que com isso, com esses 10 dias de maus-tratos, humilharam Djokovic, mas se humilharam. Djokovic pode retornar ao seu país de cabeça erguida", disse Vucic à mídia estatal.
O tenista poderá ter que responder sobre aspectos de sua conduta em audiências judiciais. Constatou-se que o tenista de 34 anos contraiu covid-19 em meados de dezembro e, segundo sua própria versão, não se isolou depois de saber que testou positivo. Ele até deu uma entrevista à imprensa cara a cara depois que o contágio foi confirmado.