Camisa 10 histrico, Dirceu Lopes tambm o segundo maior artilheiro do centenrio Cruzeiro (Foto: Arquivo EM/D. A Press)
Para muitos, Dirceu Lopes foi o jogador mais tcnico que j vestiu a camisa 10 celeste. Destaque em Pedro Leopoldo desde criana, Dico no demorou a chamar ateno dos clubes da capital. O Cruzeiro chegou poucas horas na frente do rival Atltico e levou a promessa, que j havia ganhado fama pelos dribles e gols para o juvenil em 1963. A estreia nos profissionais, j como Dirceu Lopes, foi em 20 de outubro do mesmo ano, em amistoso contra o Paraense, em Par de Minas, no qual entrou no segundo tempo no lugar de Tosto a tempo de marcar na goleada por 5 a 0.
A primeira vez da dupla foi em 1 de dezembro, no empate por 1 a 1 com o Atltico, no Independncia. A partir de 1964, Dirceu se firmou na equipe principal e evoluiu a cada jogo, sempre tendo no companheiro Tosto um aliado. Ambos foram campees mineiros de 1965, o primeiro ttulo do Mineiro.
Dirceu Lopes e seu grande companheiro de Cruzeiro, Tosto (Foto: Arquivo EM/D. A Press)
Em 1966, Dirceu Lopes foi um dos protagonistas da primeira grande conquista do clube celeste, a Taa Brasil, batendo o Santos de Pel, ento j bicampeo da Copa Libertadores e Mundial. No primeiro jogo, o Prncipe, como era chamado pelos locutores de rdio, fez trs no histrico 6 a 2, no Mineiro. Na volta, uma semana depois, no Pacaembu, fez o segundo, empatando o jogo, e participou do terceiro, marcado por Natal.
“Ttulo mais importante da histria do Cruzeiro. Todos so importantes, mas este transformou o futebol do Cruzeiro, de Minas e do Brasil. At ento, o futebol mineiro era um futebol caseiro, revelador de jogadores para Rio e So Paulo. Nossa conquista despertou a curiosidade do Brasil e do mundo e mudou a histria de todos ns tambm’, disse Dirceu, em 2016, durante encontro promovido pelo clube para celebrar os 50 anos da conquista.
Em 1967, o craque cruzeirense foi convocado para a Seleo Brasileira pela primeira vez, sendo campeo da Copa Rio Branco, sobre o Uruguai. Voltou a ser lembrado em 1969, ano em que foi pentacampeo mineiro com o Cruzeiro, de forma invicta. A troca de Joo Saldanha por Zagallo no comando do Escrete Canarinho, j em 1970, porm, significou a perda de espao para Dirceu, cortado da lista de convocados s vsperas do Mundial do Mxico, ao lado de outros trs jogadores. O estigma de “jogador de clube” pegou e mesmo sendo chamado algumas vezes, nunca teve grandes chances, sendo que a partir de 1973 no foi mais convocado, mesmo com boas atuaes pela Raposa. Tanto que recebeu a Bola de Prata da revista Placar em 1970 e 1973, e a Bola de Ouro, em 1971.
O “Baixinho” superou uma fratura na perna direita em 1972, mas a grande contuso a atrapalhar sua carreira foi no tendo de Aquiles, em 1975. O quadro evoluiu para ruptura total em um treino coletivo na Toca da Raposa e exigiu cirurgia. Assim, Dirceu Lopes foi torcedor na campanha vitoriosa da Copa Libertadores de 1976 e coadjuvante na deciso do Mundial de Clubes do mesmo ano, perdido para o Bayern de Munique. O camisa 10 histrico ainda foi ao Fluminense em 1977, trocado por Erivelto, mas nunca com o brilho anterior.
Cruzeiro 100 anos: camisas 10 marcantes do clube 1x1c18
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Dirceu encerrou a carreira no Uberlndia, pelo qual fez o nico gol contra o Cruzeiro, em 1979.
Com a camisa celeste, Dirceu Lopes fez 228 gols em 608 jogos. Ele o segundo maior artilheiro da histria do clube, atrs apenas de Tosto, com 245. Sua contribuio foi enorme para que o clube ultraasse as divisas de Minas Gerais e fosse respeitado em todo o Brasil, alm de chegar s competies internacionais. O Prncipe foi uma vez pentacampeo mineiro (1965, 1966, 1967, 1968 e 1969) e outra tetracampeo (1972, 1973, 1974 e 1975).