
Todo time campeo comea por um grande goleiro, mas tambm tem um craque. No Cruzeiro de 1997, esse jogador diferenciado era Palhinha, que envergava a camisa 10. Com toque de classe, muita habilidade e es precisos, ele honrou a tradio da escola cruzeirense no bi da Libertadores.
Na campanha, Palhinha disputou 13 jogos e s atuou menos que o goleiro Dida e o volante Fabinho, presentes nas 14 apresentaes. Ele ainda fez dois gols. O primeiro foi o gol da vitria sobre o Grmio, por 1 a 0, em Porto Alegre, pela primeira fase. Esse triunfo marcou a reao do Cruzeiro na Libertadores, aps abrir a competio com trs derrotas seguidas.
Para o armador, o diferencial do Cruzeiro naquele ano foi contar com jogadores multicampees. Das crias da Toca da Raposa I aos vindos de outros clubes, todos tinha histrico de conquistas.
Na entrevista a seguir, Palhinha lembra alguns momentos daquele feito:
Elenco cheio de campees
"Fez muita diferena, porque alm de serem jogadores maduros, parece que foram jogadores escolhidos a dedo. Muitos ali disputaram a ltima Libertadores na carreira, tiveram a chance de fazer histria em um clube de grande porte igual ao Cruzeiro. Ganhamos reconhecimento. Se perdssemos, no seramos reconhecidos como somos hoje".
Pacto pela reao aps trs derrotas
"A chegada do Autuori foi importante. A derrota no Peru causou um clima diferente no elenco. Naquela semana tivemos uma mini pr-temporada. Pudemos nos conhecer mais. Tivemos um pouco mais de responsabilidade e deixamos o lado pessoal de lado. E deu certo".
Dida e seus milagres
“Todo time comea bem por um grande goleiro. Ele era 60% do seu time. At hoje vejo assim. O Dida foi esse grande goleiro por todo o campeonato. Era complicado fazer gol nele. Claro que no vai defender todas, mas ele teve grande importncia, muito bem treinado, sempre responsvel. Tenho um carinho muito grande por ele, pela pessoa dele, pelo jeito de ser, srio demais. Sou f dele incondicionalmente. Tive o privilgio de jogar com ele. valoroso demais. Foi importante nos Campeonatos Mineiros. Ele ganhava de mim sempre na sinuca. Faz um bom tempo que no encontro ele, mas deixa eu pegar ele na esquina a (risos)".
Paulo Autuori
"A caracterstica marcante dele que te trata com respeito, te valoriza. At mesmo o nosso gandula ele chamava pelo nome. Respeitava a todos igualmente, tanto reservas como titulares. Voc se sentia parte do grupo. Trabalhei com ele no Cruzeiro, no Flamengo e no Alianza Lima. Sou suspeito de falar dele. Tive vrios privilgios na vida pessoal e profissional. Ele o exemplo de comportamento, de defender o grupo. Ele sempre foi demais".
Veja tambm entrevista com Ricardinho, Nonato e Clio Lcio:
Libertadores 1997 no currculo
"Meus netos vo saber quem eu sou por ser vencedor, por ter ganhado um ttulo no Cruzeiro, um clube grande. No dinheiro, status, o trabalho muito bem feito que fizemos".
Mineiro sempre cheio
"O que mais me marcou foi o jogo contra o Villa (final do Mineiro). indescritvel. maravilhoso relembrar esses momentos, que enchem os olhos d'gua. Voc pensa: ‘Poxa, eu estava ali, levei esse monte de gente pro campo’. Havia vrias pessoas torcendo e acreditando em voc, fora ouvintes no rdio e pessoas na televiso. Tive oportunidades espetaculares no So Paulo, mas a dimenso indescritvel. Voc entra em campo e parece que est funcionando".
Sporting Cristal na final
" complicado, porque j tnhamos perdido pra eles, e vencido eles em casa tambm. Um time bom. Tive o privilgio de jogar l. Atuei ao lado daquelas pessoas depois. Eles ficaram alucinados com aquela final tambm. Se o Dida no faz aquelas defesas, talvez eles teriam vencido. Mas no tem dessa de azaro. O Villa, por exemplo, fez dois jogos complicados com o Cruzeiro. Um time muito bom. Na bola no existe isso”.