Taa Brasil 1966
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Dirceu humilde, time de Cristo e provocao do Santos: os 'causos' do Cruzeiro campeo 353g2g

Conquista da Taa Brasil sobre o time de Pel completa 50 anos nesta quarta 461j6c

postado em 06/12/2016 06:00 / atualizado em 16/12/2020 23:15

(Foto: Arquivo O Cruzeiro/EM)
Para muitos, a conquista da Taa Brasil de 1966 foi o maior ttulo da vitoriosa histria do Cruzeiro. E, 50 anos depois, as vitrias sobre o Santos de Pel nos dias 30 de novembro e 7 de dezembro seguem na memria dos torcedores. Para alm das grandes atuaes de Dirceu, Tosto e cia., aquela equipe ganhou forma no vestirio e na concentrao - “locais” das maiores “resenhas” e histrias.

Da humildade do craque Dirceu Lopes “lenda” do jogo de volta, relembre cinco “causos” marcantes da campanha cruzeirense na Taa Brasil de 1966.

1. Time bom time que no gosta de treinar? 332mo


Questionado se gostava de “enrolar” o treinador, o ex-atacante Evaldo no mede palavras: “Dependendo do treinador…”, brinca.

O artilheiro do Cruzeiro na Taa Brasil relembra que, na poca, o jogador gozava de mais liberdade com o comandante. Isso, inclusive, fazia com que muitos treinos “srios” dessem lugar a momentos de descontrao.

“Raul (Plassman) no gostava de treinar. Eu tambm prefiro jogar. Foi naquela poca que comeou a ter preparador fsico. O nosso preparava o treino. Chegvamos no campo para treinar e tinha um tanto de pau, barreira no gramado. E a gente falava: ‘Meu Deus do cu, o que isso’? A o Natal, que mais sacana, chegava perto do treinador e falava: ‘Ser possvel? Poderia mudar isso e fazer um treininho, uma pelada, dois toques, descontrado’. E a o treinador falava para o preparador fsico: ‘, Paulo, faz um favor. Os meninos no querem fazer esse treino no, deixa eles fazerem a pelada deles’ (risos)”, conta Evaldo.

2. L vem eles de novo… 3o5u1v


No dia 30 de novembro de 1966, o Cruzeiro fez histria: derrotou o Santos de Pel e companhia por 6 a 2. Quem v o placar, no entanto, no sabe que os jogadores da equipe mineira chegaram a duvidar que conseguiriam a vitria.

“Foi uma coisa fantstica. Com cinco minutos, foi saindo gol, foi saindo gol, e fizemos 5 a 0 no primeiro tempo. Quando voltamos do intervalo, o Santos faz dois gols com dez minutos de jogo. A gente pensou: ‘Ai, ai, ai, caramba. Eu j vi esse filme’. A sorte que, em um lance casual, eu fiz o sexto gol e conseguimos desanimar o Santos”, conta Dirceu Lopes.

“Eu achei que amos fazer mais uns quatro no segundo tempo. Mas a eles fizeram dois logo no comeo. E eu pensei: ‘L vem eles de novo…’. Mas a fizemos o sexto. Choquei-me com o goleiro, e Dirceu fez o gol. Ele nunca me deu nem dez reais por isso”, brinca, bem humorado, Evaldo.


3. Terceiro jogo para que? 1e534j


Uma das maiores lendas do ttulo cruzeirense se deu no jogo de volta da deciso. Com o estdio lotado, o Santos fez 2 a 0 no primeiro tempo. O resultado obrigaria a realizao da terceira partida para definir o campeo.

“No intervalo, presidente deles (Athi Jorge Cury) foi ao vestirio e j estava mandando marcar o outro jogo no Rio de Janeiro ou em Porto Alegre. O Pedro Paulo ouviu, saiu do vestirio e falou para todos os jogadores do Cruzeiro: ‘Ns vamos virar esse jogo’. Ele j estava querendo bater nos caras (risos). Nos reunimos e falamos: ‘Vamos ganhar, vamos, vamos’. Tosto ainda perdeu um pnalti, mas logo em seguida fez um golao de bola parada. O Dirceu fez um golao tambm e depois eu fiz o terceiro gol. Na comemorao, eu fui para o lado do Zito e dei nele um pontap, revidando o que ele tinha feito no incio. Depois corri para o lado do Pedro Paulo, porque ele era grando (risos). Foi sensacional”, conta Natal, aos risos.

4. Time de Cristo 1d1f1o


Contratado junto ao Fluminense, Evaldo encontrou em Belo Horizonte um ambiente bem diferente em relao ao que vivia no Rio de Janeiro. Um dos costumes que mais assustou o ex-atacante foi a religiosidade dos campees de 1966.

“Eu nunca vi um time to cristo. L no Rio, o cara no a para a missa. Eu no me lembro nem de ter ido para missa. Aqui, dava o horrio e algum te acordava: ‘, Baixo, vamos para igreja’. Quando tinha concentrao, todo mundo ia para igreja”, conta.

5. A humildade do craque 3tc5


Nos anos 1960, o Fluminense j era referncia em termos de estrutura. Alm do futebol, a equipe contava tambm com um dos melhores clubes sociais do Rio de Janeiro. Ao lado de So Paulo, a cidade era a “capital” do esporte brasileiro.

Um dos grandes jogadores do Tricolor, Evaldo contava com instalaes e equipamentos de ponta. Ao ser contratado pelo Cruzeiro, o ex-atacante se assustou com uma cena pouco usual: o craque do time, Dirceu Lopes, limpando o prprio quarto.

“Eu tinha visto o Dirceu Lopes l no Rio. Ele tinha arrebentado com o jogo. O Fluminense queria contratar o Dirceu. A eu chego aqui no Cruzeiro. Fiquei um dia no hotel. No outro, fui para a concentrao. Era dureza. A diferena era grande. Chego l e o Dirceu estava l. A o Dirceu me fala: ‘, Baixo, espera a que eu vou limpar o quarto’. O craque do time varreu o quarto todo. Pegou roupa de cama nova, arrumou a cama todinha e falou: ‘, Baixo, voc vai dormir aqui’. Da voc deduz o seguinte: se o craque do time tem essa humildade, no tem como voc chegar aqui se achando porque era do Fluminense. No tem como. Voc tem que engolir”, relembra Evaldo.

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