Mente e tem interesse poltico quem diz ser algo apenas da atual diretoria. Mentem os atuais mandatrios do clube ao atriburem culpa apenas s gestes adas. Esses atores, ora inimigos, ora cmplices, so os ingredientes do caldo podre capaz de ter gerado esse cncer milionrio e perto de ser incurvel.
Mas eles so a consequncia, a multiplicao do tumor. A verdadeira clula cancergena e que precisa ser extirpada o sistema poltico arcaico do Cruzeiro. Ele no permite que os verdadeiros proprietrios da instituio (os scios do clube) e os que formam o seu maior patrimnio (a torcida cruzeirense) possam votar, fiscalizar, cobrar, mudar e ditar o que querem para aquilo que eles prprios financiam e amam, muitas vezes, acima de tudo.
Inaceitvel assistir pessoas bem intencionadas serem expulsas por esse sistema que abre as portas para a corrupo e a explorao do clube. A instituio precisa “comear de novo” e ser entregue definitivamente ao seu verdadeiro dono e sua razo de existir: o povo.
O Cruzeiro Esporte Clube construiu sua histria sem sequer um trao de canalhice, ao contrrio de alguns diretores, dos clubes que sempre tiveram o objetivo de destru-lo (sem conseguir com as prprias pernas, o que sempre os tornaro minsculos) e da prpria Rede Globo (que deve muito mais do que R$ 500 milhes e no a bancos, mas sim ao governo, ou seja, a voc cidado honesto). Imaginar o meu clube amado no patamar da falta de carter desses atores, tem dilacerando meu corao celeste, acanhado de decepo e consolado apenas pelos escudos do Cruzeiro e do Palestra tatuados para sempre no meu peito.
No sou um “idiota til” a repetir o ingnuo discurso de que no existe motivao financeira e poltica por detrs dessa avalanche de denncias que surgiu exatamente na semana da I do Mineiro e ps-bienal de ttulos nacionais. Porm, tambm no sou conivente com a mazela em que se transformou a istrao do Cruzeiro. Porque o Conselho Deliberativo do clube, que ousou ser gigante frente ao eixo que financia a publicidade e audincia da Rede Globo (SP e RJ), nunca poderia ter se dado ao luxo de ser omisso aos indcios de crime e s irresponsabilidades das suas seguidas diretorias e assim, entregar armas para o jogo covarde da mdia nacional. Agora, isso nos far sangrar at a sada do ltimo patrocinador e da derradeira joia das divises de base.
Portanto, chegada a hora de ns, torcedores-patrimnios e scios-donos do Cruzeiro, sem nenhuma ligao poltica dentro do clube, sairmos das redes sociais; da posio de massa manobra de correntes inimigas; da omisso a salrios – absurdamente - milionrios a dirigentes que se dizem “cruzeirenses”; do pio do bom resultado em campo e da ividade frente a um tcnico que recebe uma fortuna e nos trata como idiotas quando lhe pedimos um futebol arte e ele, na sua empfia, no consegue arrancar isso de um grupo de medalhes, se esquivando da sua incompetncia.
Cabe a ns torcedores de arquibancada, scios-torcedores e cotistas do clube tomarmos as rdeas dessa situao vexatria, pois tcnicos soberbos, diretores irresponsveis e/ou aproveitadores am. Ns e o Cruzeiro ficaremos.
Nesse mar de lama, somente ns mesmos, que bancamos o clube com nosso amor, temos a legitimidade para lutar por um novo estatuto, onde tenhamos poder de voto. Onde implementemos – de dentro pra fora - mecanismos de transparncia e controle e um conselho ativo, independente e realmente fiscalizador. Onde coloquemos para correr qualquer um que atente contra o estilo de futebol arte que fez da Academia Celeste o nico gigante de Minas Gerais. Se tem algo que deu errado no o Cruzeiro, mas sim, o distanciamento da conduta de seus gestores da real histria da instituio.
Chegou a hora de nos devolverem o Cruzeiro.