
No ano seguinte, quando uma nova leva de estudantes mineiros chegou cidade de Jaqueira, nos grotes de Pernambuco, a surpresa e a revelao: ali estava o municpio mais cruzeirense do mundo! Era um enxame de crianas e jovens vestidos com as cinco estrelas no peito.
J em Ji-Paran, cidade rondoniana do pedao mais devastado da Amaznia, Wudson era quase um cruzeirense solitrio. Mesmo assim, manteve por dcadas intacto o amor pelas cinco estrelas. Desempregado, acreditava ser impossvel realizar o sonho de rasgar o Brasil e chegar a Belo Horizonte. Gritar pelo seu time amado no estdio construdo para ser o palco da Academia Celeste.
Viu seu clamor ser ouvido nas redes sociais. De c, Mateus, outro louco celeste, que nunca tinha visto Wudson em toda a sua vida, abraou a misso quase impossvel de traz-lo. Movimentou grandes cruzeirenses. No s o trouxe como lhe proporcionou experincias inesquecveis no gramado, na arquibancada e nos bastidores do clube.
Histrias lindas como a de Bruno, Mateus e Wudson nos encantam. A atitude de cometerem - voluntariamente - loucuras pela instituio me serve de alento nesse momento de inverso de valores.
Revolta ver que enquanto nos permitimos nossas irracionalidades particulares pelo nosso clube amado, o cncer instalado em seu corpo e criado por diversos atores do ado (e do presente), da atual gesto (e da sua oposio), segue o rito do esquecimento e da omisso de seus conselhos deliberativos.
Portanto, infelizmente, por um instante, deixo de lado a razo maior de rabiscar meus devaneios, ou seja, a minha profunda paixo por contar histrias protagonizadas pela TORCIDA DO CRUZEIRO, para me dirigir a um dos nossos maiores jogadores do atual elenco.
Thiago Neves, voc ganhou (e ainda tende a ter) meu respeito h alguns anos pelo estilo de jogo digno da Academia Celeste, pelos ttulos conquistados e em menor expresso, pelas verdades ditas Turma do Sapatnis. Porm, TN10, ao entrar no campo na noite de hoje, e nos ver gritando apaixonadamente nas arquibancadas, no nos julgue ingnuos em acreditar, que nos tempos de hoje, um jogador atua “por amor” a uma camisa ou instituio. Por outro lado, tambm no cometa injustias perigosas como a de dar a impresso de que no somos ns que “fazemos de tudo para garantir o seu salrio em dia e suas premiaes”.
Tem todo o direito de defender seus amigos, mas tome o cuidado para no alimentar a falsa ideia de que so cartolas e no a torcida que garante seus salrios em dia. o Bruno, o Mateus e o Wudson. o pai que gasta um quarto do salrio mnimo para comprar a camisa oficial com seu nome s costas para dar ao filho. o “seu” Oswaldo, que nem vai muito ao estdio, mas faz questo de pagar o seu carto de scio-torcedor cativo. So os redutos celestes espalhados por todos os rinces do Brasil a pagarem o pay-per-view para assistir voc e o seus companheiros jogar.
E se um dia faltar, peo que leve aos companheiros o pedido para que no nos culpem e jamais nos punam com um futebol preguioso e inconsistente. Porque esse caos financeiro e imoral que a instituio Cruzeiro vive no nossa culpa. Ela um tumor gerado por diversas diretorias adas e dos atuais gestores irresponsveis e investigados.
Portanto, hoje, jogue por ns, mesmo que no nos veja como “seus amigos”. Seja o lder dentro de campo que nos dar a recompensa de ter o Cruzeiro vivo na Copa do Brasil. Porque, TN10, no caso do cruzeirense, o nosso amor sempre estar em dia e o prmio que oferecemos ao Cruzeiro e aos funcionrios (jogadores ou no) da instituio #maisdoquetorcer.
Siga-me no Twitter:@gustavonolascoB
Siga-me no Twitter:@gustavonolascoB